Os principais fundamentos para a análise geopolítica da atualidade, a síntese das principais crises e conflitos internacionais e a perspectivação do mundo pós-Covid19, com a disputa pela hegemonia global. Esse universo de conteúdo foi ampla e aprofundadamente administrado pelo professor Leonardo Mattos, durante o módulo da pós-graduação oferecida pelo IDESF sobre ‘Segurança pública e defesa nacional na região de fronteira: indicadores e estratégias’, realizado nesta quinta, sexta e sábado (23 a 15.04).
Oferecidas na modalidade EaD, as aulas foram acompanhadas atenta e participativamente pelos alunos da Pós-Graduação em Gestão, Estratégia e Planejamento, com ênfase em fronteiras, das turmas de Foz do Iguaçu e Cascavel (PR) e Porto Alegre (RS), além de convidados.
Com vasta experiência na Marinha, o agora comandante da reserva trouxe o conhecimento adquirido frente do comando de embarcações e na atuação como oficial de ligação da Marinha brasileira com os EUA, entre outras funções.
No desempenho de suas funções, teve oportunidade de conhecer 34 países, além do continente Antártico. A experiência também se desdobrou na capacidade de análise e articulação geopolítica, a qual Mattos atualmente compartilha com alunos da pós-graduação da Escola de Guerra Naval.
Na sequência estabelecida para as aulas, o professor Mattos abordou com profundidade e objetividade os principais aspectos econômicos, políticos e sociais de todas as regiões do planeta. Ao final, como não poderia deixar de ser, fechou o foco para contemplar a crise trazida pela pandemia do coronavírus.
Mattos avalia que a grande disputa do século XXI, entre China e EUA, ficará ainda mais acirrada. A polaridade coloca as demais ‘peças’ do ‘tabuleiro’ global em posições delicadas, como é o caso da União Europeia. “A UE até queria ficar do lado dos EUA, mas é a China quem compra seus produtos. É uma região que já vivia uma crise econômica séria e sai ainda mais fragilizada da pandemia”, avalia. A também potência Rússia, da mesma forma, é outra que fica espremida. “Os EUA vão tentar atrair a Rússia, mas o país também depende da China pra vender seu petróleo”.
Em relação ao Covid-19, o comandante fez referência à dependência mundial dos insumos de saúde produzidos pela China e destacou que, apesar do isolamento e da censura, o país tem na expansão da rede 5G e sua velocidade de tráfego de dados um grande suporte de crescimento.
O Brasil não ficou de fora da contextualização aprofundada no cenário internacional da aula. “Temos duas potências econômicas e nucleares e precisamos nos relacionar bem com ambas. É uma estupidez geopolítica falar mal da China, considerando sua importância para a economia brasileira”, afirmou Mattos ao defender a importância de alinhamentos globais.
Os alunos participaram ativamente do módulo, interagindo nos debates. “A aula do professor Leonardo Mattos trouxe as questões da geopolítica para nossa realidade de fronteira e tornou mais claro o porquê dos nossos enfrentamos, em suas raízes históricas. Particularmente em relação a Foz do Iguaçu, é importante compreender que as relações econômicas e culturais são fortemente influenciadas por questões atreladas à geopolítica mundial. Essa é uma visão estratégica que os gestores públicos, tanto no âmbito local e regional, quanto nacional, também deveriam ter”, destaca o aluno da pós-graduação do IDESF, Eversson Cadaval. “Excelente aula, excelente abordagem do professor Mattos. Nos fez repensar sobreas as características locais e os efeitos da recente crise trazida pela pandemia“, avaliou.
O comandante Leonardo Mattos também produz conteúdo analítico em podcast, disponível semanalmente no site do IDESF: http://www.idesf.org.br/2020/04/24/conexao-geo77/