Contrabando de agroquímicos cresce exponencialmente nas fronteiras brasileiras

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Só em janeiro desse ano, os depósitos de Campo Grande, Ponta Porã e Mundo Novo, municípios de Mato Grosso do Sul, já receberam 46 toneladas de agroquímicos contrabandeados do Paraguai. De acordo com o Departamento de Operações de Fronteiras (DOF), as apreensões feitas este ano representam um aumento de 182% em relação às apreensões realizadas ano passado, conforme matéria veiculada no programa Bom Dia Brasil de 26 de fevereiro. (Veja matéria em https://globoplay.globo.com/v/8352782/programa/?fbclid=IwAR232lBK_9PyAjG9jMtFrxcLhNdR_ReZ5iq5DMgLYUGNVgOkAn2OuVv-z4o )

Estudo elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF) ano passado alertava para o crescimento deste que é um dos vieses do contrabando que mais cresce nas fronteiras brasileiras. O diagnóstico ‘O Contrabando de Defensivos Agrícolas no Brasil’ levantou que os pesticidas contrabandeados do Paraguai chegam a ter índice de concentração 600% superior ao percentual permitido pelas autoridades sanitárias para aplicação no Brasil.

O trabalho de pesquisa teve como foco descortinar o ‘modus operandi’ das quadrilhas formadas a partir deste ilícito, as quais vendem e distribuem os produtos contrabandeados para todas as áreas agrícolas brasileiras. Realizado a partir da coleta de dados de órgãos oficiais, entrevistas com agentes públicos de segurança e investigações nos países vizinhos, o estudo apontou que as rotas se propagam a partir das fronteiras e que as quadrilhas se utilizam da diversidade logística para fazer com que o produto chegue ao destino final.

O mercado ilegal de agroquímicos responde, atualmente, por cerca de 24% do total utilizado nas lavouras brasileiras e tem se tornado um dos mais expressivos vieses do contrabando que entra no País via Paraguai e Uruguai. “Os lucros dos contrabandistas alimentam a lógica econômica deste mercado ilícito. Só que em relação aos agroquímicos ilegais, os prejuízos são muito mais abrangentes do que qualquer outro produto contrabandeado, porque por meio da alimentação, este crime atinge toda a sociedade brasileira”, alerta o presidente do IDESF, Luciano Stremel Barros.

Rosane Amadori – Assessoria de Imprensa IDESF – comunicacao@idesf.org.br

 

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