O mercado ilegal de defensivos agrícolas alimenta a criminalidade organizada nas fronteiras brasileiras e a destinação desses produtos, quando apreendidos, gera ônus extra para os órgãos de segurança e de vigilância sanitária. A evolução e as repercussões do mercado ilegal dos defensivos agrícolas é um dos temas do V Seminário Fronteiras do Brasil, que será realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), nos dias 24 e 25 de outubro, em Foz do Iguaçu.
“O mercado ilegal de insumos agropecuários começou com a atuação dos próprios agricultores, que iam buscar os produtos. Mas hoje reflete a ação de organizações criminosas, redes estruturadas formadas por agentes dos dois lados da fronteira”, afirma o delegado da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, Alessandro Lopes Maciel. O delegado será um dos participantes do painel ‘O impacto do mercado ilegal no agronegócio’, inserido na programação do evento.
Com base na sua atuação na fronteira gaúcha com o Uruguai, o delegado destaca que entre os impactos no âmbito da segurança causados por este ilícito está a dificuldade gerada ao Estado para dar fim aos produtos apreendidos. “São produtos químicos agressivos ao meio ambiente e sem o necessário registro dos órgãos sanitários, por isso exigem cuidados na logística de transporte e de estocagem e condições especiais para incineração. Esse material não pode ser eliminado no local da apreensão, o que implica em custos extras a serem suportados pelo Estado”, afirma Maciel.
Conforme o delegado, entre os fatores que favorecem o mercado ilegal está a expressiva diferença de valores desses insumos nos dois lados da fronteira. “As falsificações custam no Paraguai 10% do valor do produto original no Brasil. Sempre que houver descompasso no valor comercial de um país para outro vai haver mercado negro”, avalia.
O painel sobre o contrabando de agroquímicos também terá participação do superintendente da Polícia Federal no Mato Grosso do Sul, Luciano Flores de Lima, do delegado da Polícia Federal de Cascavel, Marco Berzoini Smith, e do diretor do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), Daniel Miranda.
O V Seminário Fronteiras do Brasil vai reunir especialistas e formadores de opinião em torno das questões mais emergentes relacionadas às fronteiras brasileiras. Na programação deste ano o Instituto incluiu uma homenagem ao padre Maurício Camatti, que morreu em julho passado, por sua atuação no combate aos problemas de vulnerabilidade social na região.
“O objetivo do seminário é chamar atenção do poder público e da sociedade para a realidade das regiões fronteiriças, a qual impacta sobre toda a sociedade brasileira”, avalia o presidente do IDESF, Luciano Stremel Barros.
O evento tem patrocínio da Itaipu Binacional, as inscrições são gratuitas e podem ser feitas clicando aqui. O IDESF pede aos participantes que levem um quilo de alimento não perecível, que será distribuído a instituições de caridade de Foz do Iguaçu.
Sobre o IDESF – O IDESF é uma instituição sem fins lucrativos, com sede em Foz do Iguaçu (PR), que, por meio de estudos, ações e projetos, promove a integração entre as regiões de fronteira, o fortalecimento das relações políticas, sociais e econômicas e o combate aos problemas próprios destas regiões.
Serviço:
V Seminário Fronteiras do Brasil
Data e horário: 24 (18h às 21h30) e 25 (9h às 12h30) de outubro de 2018
Local: Auditório da Polícia Federal / Av. Paraná, 3471 – Jardim Polo Centro, Foz do Iguaçu (PR).
Rosane Amadori – Assessoria de Comunicação IDESF – comunicacao@idesf.org.br