Foz e Guaíra estão entre as cinco com mais homicídios

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Anualmente, a ONU em parceria com diversos países do mundo calculam o IDH de várias cidades. O índice, criado em 1998 e adotado pela ONU para medir o bem-estar geral dos países do mundo, leva em conta três fatores principais: renda, educação e longevidade (expectativa de vida).

Nesse sentido, das 30 principais cidades de fronteiras do Brasil, apontadas pelo IDESF, apenas quatro estão abaixo dos índices ideais, sendo duas no Acre (Santa Rosa do Pururus e Assis Brasil), e duas no Mato Grosso do Sul (Paranhos e Coronel Sapucaia). Dentre as 30, destaca-se a cidade Corumbá, no Mato Grosso do Sul, com índice considerado muito alto.

No Paraná, as três cidades fronteiriças, Foz do Iguaçu, Guaíra e Barracão são consideradas com IDH alto, mas apesar dos números, a realidade local é bastante preocupante.

Um estudo feito pela Egope, que será apresentado hoje durante o Seminário Fronteiras do Brasil, promovido pelo IDESF, em Foz do Iguaçu, aponta que das três cidades do Paraná, duas estão entre as cinco mais violentas do País.

Os dados, que levam em conta os números de 2012, apontam Guaíra e Foz do Iguaçu com índices assustadores em relação a homicídios.

Segundo a pesquisa as duas primeiras cidades do ranking, consideradas com IDH baixo, Coronel Sapucaia e Paranhos, ambas no Mato Grosso do Sul, são as mais violentas: 112,25 e 94,69 homicídios, respectivamente. A terceira cidade mais violenta em 2012 em relação a crimes contra a vida está Guaíra, com 87,06 assassinatos, seguida de Mundo Novo (MS) com 69,56 e Foz do Iguaçu, com 63,74 mortes para cada 100 mil habitantes. Barracão, que faz fronteira com a Argentina, registrou no mesmo período a média de 20,42 mortes.

Os números, segundo o presidente do IDESF, Luciano Stremel Barros, são consequências do tráfico de drogas e do contrabando, especialmente do cigarro. “Com dados mais recentes percebemos que assim que os moradores da região de fronteira saem da informalidade, buscam um trabalho fixo, uma condição de vida melhor, os índices de criminalidade tendem a diminuir, comovimos em algumas cidades do País”.

Conforme Luciano, ações realziadas em conjunto entre o Instituto, as polícias Rodoviária Federal, Federal, Civil, Militar e também com a Receita Federal, têm trazido resultados bastante positivos. “Levando em consideração as apreensões de drogas, cigarros, armas e materiais ilícitos que são feitas em Foz do Iguaçu e Guaíra, por exemplo, podemos perceber que os órgãos de segurança estão buscando realmente, garantir que num futuro não muito longínquo, o número de crimes, principalmente contra a vida caia ou mesmo zero no país”.

Renda x Empregos

De acordo com o diretor presidente da Egope, Adriano Dirceu Strassburger, o estudo que será apresentado hoje em Foz visa, principalmente conhecer a realidade das cidades de fronteira. “Por mais que tenhamos índices bons, muitas vezes acima da média brasileira, essas cidades concentram o maior número de criminalidade”.

Segundo ele, se analisarmos o volume da população economicamente ativa em comparação com a quantidade de empregos gerados, há uma diferença enorme. “Um dos exemplos é o caso do contrabando de cigarros. Dentro das cidades-gêmeas de fronteira com maiores índices de homicídios no País, seis são as que possuem o maior volume de cigarros contrabandeados”.

Conforme Adriano, os homicídios ocorrem por vários fatores, sendo que muitos dizem respeito a geração de renda. “Na região de fronteira é muito mais fácil conseguir um trabalho no contrabando do que um trabalho normal”.

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