Tema: “Defesa Nacional e fronteiras do Brasil”

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A Defesa Nacional é o conjunto de medidas e ações do Estado para a defesa do território e a soberania. Para falar sobre o tema e registrar reflexões na série “Debates para o Brasil do futuro”, entrevistamos o General da Reserva e Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen.

Etchegoyen respondeu perguntas sobre possíveis ameaças ao Brasil frente à conjuntura mundial atual, sobre democracia, fakenews, defesa cibernética e o olhar do Estado para as fronteiras do Brasil, dentre outros. A seguir, destacamos alguns trechos da entrevista:

“O planejamento da defesa já evoluiu muito. Antigamente, ele via do outro lado da fronteira um potencial inimigo. Isso foi evoluindo. As ameaças hoje são tão difusas que isso tem ficado claro até mesmo para os países mais belicistas. O que nos últimos tempos tem-se feito é, na verdade, se questionar: Qual é o nosso patrimônio e como podemos exercer soberania sobre ele? Temos um patrimônio fantástico do Atlântico e temos um patrimônio maravilhoso no nosso território. Como é que nós podemos exercer a soberania sobre isso? Essa eu acho que é a grande discussão e preocupação que tem que vir a público”.

Sobre o contexto mundial atual: “Estamos vivendo um momento na história com elevado poder disruptivo: as mudanças climáticas, a pandemia e a invasão da Ucrânia. Esses 3 elementos jogaram na nossa cara uma realidade: as relações internacionais são regidas exclusivamente por interesses. Vimos o egoísmo geopolítico da vacina e a guerra de territórios. Há quanto tempo não víamos isso? Estamos perplexos. Como isso ainda é possível?”

Ao mencionar as manifestações e cartas em defesa à democracia, emitidas por diversas organizações no último mês, a jornalista Eloiza Dal Pozzo perguntou a Etchegoyen se o Brasil tem anticorpos institucionais para sustentar uma democracia. “Hoje, eu acho que o Brasil tem estrutura institucional muito forte, muito diferenciada no mundo. Quantos países teriam passado pelas crises que passamos nas últimas décadas e tão profundas como foram? Quando chegamos no período eleitoral, todos os argumentos valem da perspectiva do candidato e essas coisas sobem ao palanque eleitoral com objetivos muito claros. Eu duvido que as pessoas envolvidas nas campanhas estejam vendo um golpe, uma quebra de institucionalidade. Acho que o Brasil é um país maduro, já passou por tensões muito intensas. O Brasil é um exemplo de maturidade democrática”. Ainda sobre o tema, Etchegoyen recapitulou episódios da constitucionalidade e do estado democrático de direito. “A Presidente Dilma, democraticamente, cumpriu o que determinou o Senado quando a considerou culpada e o Brasil continuou trabalhando. Imaginar que agora nós vamos dar um passo de 30, 40, 50 anos atrás é deixar a cabeça ancorada no século passado. A minha, está no século XXI”.

Etchegoyen destacou que a polarização política, a guerra de informações e as fakenews podem ser ameaças à soberania nacional. Por fim, também fez comentários sobre a defesa cibernética e o olhar do Estado sobre as fronteiras.

A entrevista está disponível no canal do Youtube e no Spotify do IDESF. Para assistir, é só clicar na imagem abaixo.

Texto, roteiro e entrevista: Eloiza Dal Pozzo

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