Segundo dados da Receita Federal do Brasil, no primeiro semestre deste ano as lojas francas de fronteira situadas no município de Foz do Iguaçu realizaram vendas no valor total de US$ 5,7 milhões. Atualmente, a cidade tem 3 lojas francas em funcionamento: a Cell Shop, Liberty Duty Free e Duty Free Wines. Além destas, duas têm autorização de funcionamento (por meio do Ato Declaratório Executivo – ADE), mas ainda não tem atendimento ao público, outra está autorizada mas está temporariamente fechada e também uma loja que teve a concessão cancelada por meio do documento SRRF09 nº 27, de 18 de julho de 2022.
Outra cidade famosa pelos free shops é Uruguaiana (RS), que no primeiro semestre registrou vendas de mais de US$ 8 milhões. Lá, já são 10 lojas francas em funcionamento.
Ao analisar os dados, o empresário e fundador da Cell Shop, uma das maiores lojas de departamentos de Ciudad del Este (Paraguai), com uma unidade free shop em Foz do Iguaçu (PR), Jorbel Jacson Griebeler, destaca: “É um resultado muito considerável levando em conta que acabamos de sair de uma pandemia. Foz do Iguaçu, mesmo com apenas 3 lojas, demonstra seu grande potencial de crescimento no segmento. Também temos que levar em conta a pequena quantidade de voos que chegam a Foz neste momento. Tínhamos 35 voos diariamente e hoje temos apenas 12”. O empresário comentou também sobre os empregos diretos e indiretos gerados por este modelo de negócio e os impostos pagos, que retornam para a população. Sobre as vendas até o final do ano, Jorbel comenta: “Acredito em um segundo semestre com muito mais resultados!”.
Com relação ao perfil dos compradores de todas as lojas francas de fronteira terrestre do Brasil (atualmente existem lojas dessa natureza no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul), segundo os dados da RF, 90% dos compradores é constituído por brasileiros, 7,6% por uruguaios, 1,9% por argentinos e 0,5% por viajantes de outras nacionalidades.
Luciano Stremel Barros, Presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), comenta: “O projeto das lojas francas é de extrema importância para as regiões de fronteira e auxilia no desenvolvimento de outras atividades, pois é um dos mecanismos para aprimorar o turismo, o emprego e a renda nessas regiões. As lojas francas ainda estão em um processo inicial, mas não tenho dúvidas de que o Brasil avançará no tema com consistência e organização para que as lojas possam aumentar seu mix de produtos e agregar cada vez mais para as regiões turísticas”.
Ademais do aumento no fluxo de turistas registrado neste ano, em especial nas férias de julho, no segundo semestre, no Brasil, ainda haverá feriados no meio da semana, que estimulam o turismo regional (07/09, 12/10 e 02/11), um feriado prolongado em 15 de novembro e, no final do mês, as promoções da “Black friday”, além das compras alusivas ao Natal.
Em um comparativo com o primeiro semestre de 2021, as lojas francas situadas em Foz do Iguaçu realizaram vendas no valor total de US$ 4,8 milhões.
