Fernando José Ludwig e Ítalo Beltrão Sposito
A projeção brasileira sobre a América do Sul foi destaque desde sua redemocratização, ocorrida na década de 1980. Ainda assim, seu comportamento não pode ser considerado hegemônico em seu sentido realista, exercido pelo poder duro. Nem liberal, já que optou pela multiplicidade de iniciativas, de baixa grau de institucionalização. Propomos a aplicação do conceito gramsciano de hegemonia para analisar se o Brasil exerce a sua na América do Sul por meio de um ativismo nos processos de integração regional. Para isto,
utilizamos o método qualitativo com um estudo de caso único típico para desenvolver uma ilustração preliminar de teoria, baseado em uma revisão bibliográfica da história da política externa Brasileira (fontes primárias e secundárias). Esta análise nos leva a argumentar que há dubiedade na atuação brasileira regional, já que optou por não aprofundar o grau de institucionalização das organizações regionais e por não exercer poder coercitivo durante crises regionais. Ainda que o comportamento brasileiro não representa um caso típico de hegemonia, tendo os achados pouca validade externa para além deste caso, há evidências sua atuação em diversos arranjos regionais como líder e construtor de consensos é uma forma de exercer hegemonia (gramsciana) na região.
https://seer.ufrgs.br/ConjunturaAustral/article/view/101230/57352
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