Cães farejadores dinamizam o patrulhamento do Batalhão de Polícia de Fronteira

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Soldado Daiani Kiessler adestra os animais para a localização de drogas

Mais de 2,7 toneladas de drogas foram apreendidas na região da Tríplice Fronteira com ajuda de cães farejadores da raça pastor-belga Malinois que fazem parte do Batalhão de Polícia de Fronteira, da Polícia Militar do Paraná. A maior parte das apreensões foi feita com a participação de Guerreiro, único com capacidade para farejar tabaco

Adquirido em 2016, com recursos doados pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), Guerreiro deu origem ao canil composto por cinco animais que acompanham o patrulhamento nos 139 municípios atendidos pelo BPFron. Adestrado e conduzido pela soldado Daiani Kiessler, o animal localizou 2,1 toneladas de drogas, além de 325 mil pacotes de cigarros.

Guerreiro: primeiro animal do canil

O cachorro é pai de outros dois filhotes (Ronda e Stark) que agora fazem parte da matilha patrulheira, também formada pela cadela Atena e, mais recentemente, por Átila, uma doação do comandante geral da corporação, coronel Péricles de Matos. O canil fica em Marechal Cândido Rondon e tem Daiani e outros quatro integrantes da corporação como adestradores.

Guerreiro: 2,1 mil toneladas de drogas apreendidas

Raça versátil, enérgica e com boa resistência aos extremos de temperatura, o pastor-belga Malinois é considerado a ‘Ferrari’ dos cães em relação ao trabalho policial. A participação dos animais dá maior eficiência ao trabalho da polícia. “A atuação dos cães tem sido fundamental por dois motivos. Primeiro pela agilidade na identificação dos ilícitos, pois para tirar a lona e furar a carga de um caminhão, por exemplo, são necessários de 30 a 40 minutos, enquanto o cachorro localiza o ilícito em cinco minutos. Outro fator é porque muitas vezes as drogas são escondidas em locais que passam despercebidos aos agentes, mas não ao olfato dos cachorros”, afirma a adestradora.

Daiani: realização por trabalhar com cães

Há sete anos na PM, Daiane se sente gratificada em poder trabalhar com os animais. “Sempre gostei de cachorro. Entrar para a polícia, trabalhar com cães e fazer parte da construção do canil é uma honra, um privilégio e um prazer gigantesco”, afirma. Para aprender a lidar com cachorros, a policial fez Curso de Operações com Cães no Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), de Curitiba. Além de eficiência na localização de drogas e cigarros, os cães têm função especial nas abordagens, pois está comprovado que a presença do animal gera mais impacto sobre o ser humano.

E para quem pensa que os cães sofrem algum tipo de pressão ou maus tratos no adestramento, a soldado se apressa em tranquilizar. “Tudo o que fazemos é brincadeira. Eles são como crianças, então aproveitamos isso no adestramento. Têm loucura por brincar com a bolinha, então relacionamos o odor à brincadeira e quando indicam as drogas jogamos a bolinha para eles buscarem”, conta, enfatizando que os animais são constantemente reconhecidos e recompensados. “A gente dá o que eles querem, que é brincadeira e muito carinho, elogio, incentivo. A base da troca é transmitir gratidão para o cachorro e ele compreende”.

Adestramento: bolinha é a recompensa

O método de incentivo com a bolinha pode ser comprovado nos vídeos e fotos dos cães em ação. Segundo a adestradora, por serem extremamente ativos, os animais sentem falta de estarem em movimento, com a tropa. A reação de alegria quando os caninos chegam aos locais de patrulha corriqueira também demonstra que o animal está satisfeito, destaca a soldado.

Também fazem parte dos cuidados que o adestrador conduza o animal no patrulhamento. Para atuar com cães dentro da polícia é preciso mais do que meramente ‘gostar do cachorro’. “É preciso ter zelo porque ele precisa de cuidados. É muito mais do que um colega de trabalho. É uma conexão muito forte que desenvolvemos com o animal. Jamais vamos maltratar. É um parceiro que você dá a vida por ele porque, com certeza, ele daria a vida pela gente”, afirma a policial.

O Chefe de Operações e Comunicação Social do BPFron, capitão Nairo, destaca que a qualificação dos PMs inclui formação na Embaixada Norte-americana de Patrulha Rural. “Adotamos normas e procedimentos próprios na doutrina de interdição de fronteiras, o que vem consolidando o trabalho de enfrentamento aos crimes transfronteiriços”.

Para o presidente do IDESF, Luciano Barros, é uma satisfação saber do resultado da atuação dos animais. “Nosso enfoque é o desenvolvimento e busca de soluções para as questões das fronteiras. E um fator que requer o olhar constante de agentes públicos e privados nessa região é a segurança. Então, nos sentimos gratificados de contribuir com esse projeto”, afirma Barros.

Rosane Amadori – Assessoria de Comunicação IDESF

Fotos: Arquivo pessoal e Divulgação BPFron

1 COMENTÁRIO

  1. Gostaria de saber como vivem as cadelas “ parideiras”, se possuem atendimento psicológico ou se são submetidas a algum tipo de amnésia.
    Gostaria de saber quantas crias seguras uma cadela pode ter. E como elas ficam após terem seus filhotes retirados e seus peitos estarem cheios de leite sem ter quem os sugue.

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