O compartilhamento de informações e as ações conjuntas entre países vizinhos são o caminho mais eficiente para a segurança das fronteiras e o combate aos crimes transnacionais. A mensagem que apareceu no discurso dos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, na viagem do chefe do Executivo brasileiro aos EUA, também dá o tom dos debates no curso Combating Transnational Threat Networks – CTTN (Combate às Redes de Ameaças Transnacionais), promovido pelo Centro de Estudos de Defesa Hemisférica, dos EUA. O evento acontece até o próximo dia 29, em Whashington D.C, e tem a participação das diretoras do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), Vanessa Miranda e Djéssica Martins.
Entre os temas debatidos desde o início da semana estão alguns bem conhecidos nas realidades fronteiriças brasileiras, tais como o contrabando e o tráfico de pessoas. Também estão sendo abordadas a principais ameaças e como os governos as combatem. O curso tem participação de agentes públicos e de instituições de diversos países americanos. O IDESF é uma das duas únicas representações brasileiras selecionadas pelo CTTN para fazer parte do curso.
Nas apresentações sobre o tema corrupção nas américas o Brasil é citado como case de sucesso com as investigações do caso Odebrecht, na Operação Lava Jato. O juiz Sérgio Moro também foi mencionado por sua atuação como agente de integração internacional, pois precisou contar com a colaboração de instituições estrangeiras para desmantelar quadrilhas formadas por políticos e empresários.
“Eles querem saber sobre o Brasil, como estão as coisas por aqui”, conta Djéssica. As diretoras do IDESF vão apresentar trabalhos sobre o tráfico de pessoas e a similaridade do tráfico de armas e drogas com o contrabando de cigarros nas fronteiras brasileiras. “O trabalho do IDESF no curso está sendo muito importante porque vai demonstrar os problemas transfronteiriços brasileiros, muitos deles já mapeados em estudos realizados pela instituição”, destaca Djéssica.
Entre as abordagens, como não poderia deixar de ser, a questão da Venezuela e seus reflexos nos países vizinhos. Na quarta-feira (20), o Brasil perdeu a certificação de país livre o sarampo e uma das causas prováveis é a entrada de venezuelanos sem imunização.
A coordenadora do CTTN e professora na William J. Perry Center for Hemispheric Defense Studies at the National Defense University (Universidade de Defesa Nacional em Estudos de Defesa Hemisférica, no centro William J. Perry), Celina Realuyo, informou que virá ao Brasil em junho, fazer uma palestra sobre inteligência e estratégias internacionais na Escola Superior de Guerra (ESG), instituição com a qual o IDESF mantém convênio para a oferta de cursos de pós-graduação.
Celina Realuyo é professora na William J. Perry Center for Hemispheric Defense Studies at the National Defense University (Universidade de Defesa Nacional em estudos de defesa hemisférica no centro William J. Perry), onde sua prioridade é a segurança nacional norte americana, redes de ilícitos, crimes organizados transnacionais, políticas antiterrorismo, ameaças financeiras e questões de paz e segurança da mulher. A professora tem duas décadas de experiência internacional nos setores acadêmico, público e privado e é comentarista da rede CNN.
Junto com Celina virá Boris Saavedra, general vindo da força aérea venezuelana que se dedica há mais de 30 anos a atividades acadêmicas, tanto na Venezuela, quanto nos EUA. O general é professor associado em assuntos de segurança nacional no William J. Perry Center.
Sobre o IDESF – O IDESF é uma instituição sem fins lucrativos, com sede em Foz do Iguaçu (PR), que, por meio de estudos, ações e projetos, promove a integração entre as regiões de fronteira, o fortalecimento das relações políticas, sociais e econômicas e o combate aos problemas próprios dessas regiões.
Legenda da foto: Vanessa Martins, Celina Realuyo, Felipe de Andrade (Brasil), Djéssica Martins e Saavedra
Rosane Amadori – Assessoria de Comunicação IDESF – comunicacao@idesf.org.br